sábado, 4 de agosto de 2012

Os bons são maioria...será?


Com tanta sujeira/podridão que evidenciamos diariamente na nossa política – tomei a política como exemplo por tudo o que você que está lendo sabe - às vezes me pergunto se nós, brasileiros, somos corruptos por natureza. Será que existe algum gene que predisponha todo brasileiro à corrupção? Isto talvez seja o que muitos pensam, pois está cada vez mais difícil encontrar honestidade nesse dia-a-dia marcado de ganhos e perdas nas relações - desde o trato social, até acordos que envolvem mais do que apenas a lealdade.

Se uma pessoa acredita realmente que todos brasileiros são corruptos, é porque esta pessoa se encaixa perfeitamente na afirmação que ela propôs, ou eu entendi errado? – Será que somos todos corruptos, menos ela?  

Pois bem, prosseguindo, acredito que o egoísmo é parte natural do homem, todos somos egoístas – uns muito, outros nem tanto – não querendo entrar no mérito de que isso, necessariamente, seja ruim ou bom. (Geralmente se fala “bom ou ruim”, mas eu não gosto muito de seguir o comumente utilizado, você já deve ter percebido, mas também nada a ver eu ficar falando isso, enfim – era só um parêntese, agora fechado). Continuando... Apesar de acreditar no egoísmo do ser humano, isso não me faz crer que o egoísmo seja responsável, por exemplo – e por estarmos falando dela – pela corrupção!

Acredito que corromper ou ser corrompido – eis aqui uma questão filosófica: será que Hobbes estava certo? Ou será que Rousseau tinha razão?  - não depende da essência do ser humano, porém, sim, dos valores conquistados e desenvolvidos na construção do seu eu. Então, não creio que o brasileiro seja intrinsecamente corrupto e amoral, principalmente, se os exemplos para demostrar que o brasileiro é corrupto forem os políticos destituídos de caráter (quase todos, eu disse: quase todos) ou, então, qualquer outra pessoa que pratique atos corruptos por falta de valores (ou de valorizar seus próprios valores). Se pararmos para pensar, não se pode  atribuir a todos da sociedade um (des)valor adquirido por pessoas que, antes de tudo, não têm caráter, e muito menos, vergonha na cara. Não obstante, devo concordar que...


A sociedade não é homogênea, então, lembre-se que nem todos fazem parte da imensa parcela  corrupta. Um dia desses saiu nos noticiários televisivos, impressos e virtuais, que um casal de mendigos encontrou uma quantia grande de dinheiro – R$20.000,00 (vinte mil reais) - e resolveu entregar para a polícia, que devolveu ao dono. Quando entrevistado, o mendigo disse que nunca ficaria com nada que não fosse dele, porque isso seria ir contra os valores que ele aprendeu desde cedo, ensinados por sua mãe. (Teve gente - muita gente - que, com certeza, achou que isso foi coisa de otário. Teve outros que se espantaram com tanta honestidade que não conseguiam acreditar). Mas, o que seria isso? Um sinal de que ainda existem pessoas honestas, que atribuem aos seus valores e caráter uma importância maior pra suas vidas do que dinheiro e vantagens? Esse fato e muitos outros casos ocorridos no dia-a-dia, quase nunca figurando em páginas de jornal, são provas concretas de que nem todos que vivem em uma sociedade falida de valores - onde noticiar corrupção atrai mais do que noticiar atos nobres de honestidade - são corruptos. Os bons são maioria... tenho razões para acreditar? 

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