sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Televisão é lazer?


Lazer: eis um direito social cada dia mais violado por um modelo burocrático imposto sobre nossas mentes. Pra piorar, é o próprio trabalhador que se subordina ao sistema ao tornar-se alvo de seus próprios interesses e ambições, estimuladas pela ideia da conquista de status social, quase sempre ligada à materialidade, ao consumo, como se a vida se resumisse a vitórias profissionais, conquistas materiais. É o império do ditado “tempo é dinheiro”, em que as pessoas estão sujeitas a um modelo social, aquele sistema controlador e burocrático, que resume suas vidas a tarefas profissionais. E este modelo é o mesmo que vende o entretenimento televisionado - ou na internet e meios tecnológicos diversos - como lazer.

Escravas do sistema e alienadas ao consumismo, as pessoas trabalham para consumir um “lazer” que não retribui a elas o que realmente deveria – e se espera – se de fato fosse lazer. A indústria do entretenimento tem seduzido o trabalhador/consumidor a partir de possibilidades de sensações adequadas para sua satisfação. Porém, são apenas sensações, ilusões, de que aquilo que se vê está sendo sentido. Talvez você não esteja entendo o que quero dizer, mas sendo claro e direto: é como se outros estivessem fazendo por você aquilo que quem deveria estar fazendo era você. A televisão vive o lazer com seus personagens felizes e todo aquele cenário montado para que isso ocorra, e a sensação que temos é de que estamos satisfeitos em ver, simplesmente. Tudo isso para que você tenha um “tempo” para lazer, mas não se desprenda de suas atividades. Na lógica do sistema, ganhar tempo é fundamental, e sair pra ter lazer consome o precioso tempo.


A televisão, por sua penetração na mentalidade social através de elementos psicossociais - e a fascinação produzida por suas “obras” – é uma influenciadora quase que em totalidade da organização da vida social, sendo uma difusora de “cultura” – da cultura que ela bem entender, lógico – e um veículo de alienação. Nesta perspectiva, a mídia encontra-se em lugar relevante como possibilidade de preencher o tempo livre das pessoas. No entanto, ainda que a mídia tente transmitir o contrário, devo dizer: a televisão e seus tentáculos midiáticos não podem ser encarados como substitutos do lazer.

Agora, é claro que a televisão encontra muito espaço para se reproduzir como lazer muito pelo fato de que para muitos trabalhadores, principalmente para os menos qualificados, lazer é um gasto além das despesas necessárias; e a televisão acaba por ser o meio mais fácil consegui-lo. Levando-se em conta os baixos salários, que mal cobrem as despesas essenciais, não há como usufruir de espaços que propiciem lazer propriamente dito. Mesmo nos espaços públicos livres é preciso dinheiro: transporte, um lanche, enfim, tudo é um gasto além da conta para não quem tem nem para o essencial. Neste caso, lazer é quase que um sonho de consumo. O indivíduo trabalha todos os dias para, quem sabe um dia, conseguir dinheiro suficiente para aproveitar algum tempo com sua família e possibilitado de usufruir do seu direito de lazer.     


Enfim, lazer é o tempo que o ser humano tem para pensar em si mesmo. É fundamental dar condições dignas aos trabalhadores, e isso depreende a necessidade do ser humano ter um tempo totalmente desvinculado de seu trabalho e também ter remuneração suficiente para aproveitá-lo. O lazer deve ser visto como um momento oposto ao trabalho, onde o ser humano se desprende de suas obrigações e tarefas para descansar, divertir-se e, sobretudo, desenvolver-se socialmente. 

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Im-Possível


Depois do brilhante texto do meu amigo – e coautor aqui do blog – André Fiel sobre a fé, motivei-me a fazer este, que está relacionado a ter fé, acreditar e conquistar o que for possível, e até mesmo o impossível. Então, vamos lá!

Há muitas coisas impossíveis, ou talvez não exista nenhuma. Não me entenda e interprete de maneira literal, mas digo: um prefixo apenas, e sua mente passa a não enxergar possibilidades. Sei que tudo isso pode ser papo furado, ou até mesmo você pense que eu esteja escrevendo um texto de autoajuda (a arte de ajudar a si mesmo =P). Só que não; não é autoajuda. Mas, se este texto assim estiver sendo lido, espero realmente estar ajudando a alguém ou a mim mesmo (que tem mais a ver com autoajuda).


Pode ser que realmente o impossível seja apenas impossível, e ponto final. Mas, eu sou chato, insistente, e penso que só depende de cada um de nós sentirmos que somos capazes de agir além de nossos limites e daqueles que são impostos ao nosso pensamento. O impossível, na verdade, é um conjunto de coisas possíveis, que são difíceis, bem verdade, mas alcançáveis; e somos capazes de fazê-las.  

Se alguma coisa for dita impossível, e você não souber que ela o é, pode ter certeza que há possibilidades de você alcançá-la. Sim, pode ser - na verdade, é - uma contradição de palavras! No entanto, em verdade, o que nos limita é a nossa mente. O impossível é imaginação. O possível é tudo aquilo que você luta e busca realizar!

Valew, manolos e manolas, até a próxima! o/

domingo, 14 de outubro de 2012

Em época de Círio de Nazaré, a fé daqueles que vem acompanhar nossa Mãezinha percorrem a cidade com uma corrente de luz, sempre forte, sempre pulsante. Ela é quase palpável. É a fé que te dá um nó na garganta. Que te emociona. Que te motiva. É a fé que move multidões. Que move montanhas particulares na vida de cada pessoa. É a fé... apenas isso!

Mas uma outra coisa também acontece. Findada essa época, algumas pessoas tendem a deixar de lado essa fé. Tendem apenas a pronunciá-la, como que para afirmar aos outros que a possuem, que acreditam nela, mas por vezes não passa disso. Tenho uma opinião, talvez até mesmo uma opinião radical, a respeito disso.

Fé que só é dita, e não vivida, pra mim não é fé.

É sempre muito importante ressaltar que se possui fé, que a fé nos move, que ela tem poderes impossíveis de explicar. Mas a fé é algo se vive, dia após dia, é algo que se carrega, que usa como fonte de energia, como escudo, como instrumento, como filosofia de vida.

Fé é impossível de ser conceituada, mas possível de ser exemplificada. Fé é ver o tempo fechar, a chuva cair, tudo dar errado, e ainda assim seguir em frente. Fé é tomar surras contínuas da vida, cair no chão, e ainda assim, sempre ter forças para levantar. Fé é sentir cada pequeno centímetro do seu corpo gritar por descanso, e ainda assim nunca desistir. Fé também é acreditar. Acreditar que tudo vai melhorar, que as coisas boas sempre virão, que a escuridão sempre passa, e que a luz, a paz, sempre irão nos achar. Mas fé não pode ser só acreditar. Fé é acreditar e viver. "Só acreditar" é torcer. "Acreditar e viver" é fazer acontecer.

A fé move montanhas sim, mas não sozinha, pois é imaterial, etérea.  Mas quando é usada como fonte de energia, não existe nada mais forte que ela. Com a fé pulsando forte em seu íntimo, o ser humano se percebe ilimitado. Vê as barreiras diminuirem. Vê os problemas sem encolherem, e tremendo de medo, irem saindo do seu caminho. Vê a escuridão se desfazer, atordoada, diante do sorriso e das lágrimas, cheias de luz, do ser humano, agora indestrutível.

Essa é a fé. Transforma todos em super-heróis. Torna o impossível, possível. Faz o imaterial ganhar vida. Move montanhas como se fossem pequenas folhas ao vento.

Acredite. Viva.
A fé é sua, e nada irá tirá-la de você.
A fé é de todo mundo, pois ela é não tem fim.

É a fé... apenas isso!


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