domingo, 29 de julho de 2012

A você, que não está indiferente...


Em um daqueles momentos em que realmente não se há nada a fazer, você passa a verificar sua página da sua rede social. Você reclama que ela só atrapalha, que ela torna as pessoas robôs incapazes de pensar por si mesmos, apenas repassando frases de outras pessoas como se fossem suas, e ganhando crédito por isso (um "curtir" eleva e muito sua auto-estima, ou não?), mas você não se engana. Você a utiliza também, e muito. A utiliza tanto que nem percebe que suas próprias críticas a ela se tornaram mecânicas, padronizadas, incapazes de se firmar.

Algo muito peculiar se percebe, quando você fica mais de uma hora na mesma posição, apenas apertando a seta para descer a página, para ver um número incrível de postagens sobre os mais variados aspectos. Você percebe que não mudou em nada. Não evoluiu em nada. Não contribuiu para si mesmo e nem para os outros. Daí você começa a pensar melhor e ver que não foi só hoje que isso ocorreu. Pelo menos em mais três dias da semana você ficou sentado de frente pra tela, não contribuindo, não evoluindo. Aí você começa a ficar mais ciente de tudo ao seu redor. É a chamada "epifania". Você percebe as coisas. Você percebe que todos os melhores pensamentos que seus "amigos" virtuais postam não são deles mesmo, mas de autores ou cantores famosos. Você percebe que nada do que VOCÊ mesmo postou é seu de verdade, e sim de outros pensadores. Você percebe que o máximo de contribuição que você conseguiu, para a sociedade, foi iniciar um discussão acerca do episódio da novela. Você se decepciona com você mesmo. E sim, em tudo que escrevi até agora, por "você" eu quis dizer "eu". Eu estou decepcionado comigo mesmo.

Não existe nenhum problema em postar letras de músicas, frases de autores, ou comentários sobre a novela. Isso é benéfico, as pessoas ainda assim se comunicam. O problema vem com o repetir dessa atividade, quando se utiliza muito dos outros, e nada verdadeiramente seu. A sensação é quase como se a sua mente atrofiasse.

Com tanta informação que recebemos, talvez o melhor a fazer, fosse utilizá-la como ferramenta para criar algo nosso, e que seja algo que contribua de alguma forma com o todo. Não precisa revolucionar a filosofia. Apenas crie algo que inspire uma outra pessoa a sorrir, ou a parar de chorar ou a ver a vida de maneira diferente. Que inspire um amigo a se sentir melhor, ou mesmo para tirar uma com a cara dele (ele é seu amigo, afinal de contas, e amigos servem para isso também). Que faça a pessoa que você ama dar altas gargalhadas, ou apenas te achar inteligente. Que faça seu pai e sua mãe terem orgulho de você. Crie algo positivo, que faça alguma diferença a outra pessoa.

Estranho mesmo é esse post-quase-um-desabafo se tornar quase que de uma hora para a outra um pedido. É estranho de verdade, compreendo. Mas peço também que você, que está lendo, compreenda. Exercite sua mente. Experimente tentar.

Em meio a tanta informação, tantos posts, tantos textos, é normal que tudo isso que escrevi se perca no todo, junto com vários outros que também escrevem, e escrevem muito melhor que eu. Mas esse texto é direcionado a você. A você que leu isso tudo e se identificou o mínimo que seja. Você que não sentiu indiferença ao ler isso. Não custa tentar. Tente deixar de lado as indiretas. Tente não postar mais cada mínima coisa que você faz no dia. Tente comentar um pouco menos a novela. Tente se diferenciar, e criar algo único. É de graça, e a única coisa em você que terá de fazer esforço é a sua mente. Nada mais saudável que isso, então.

Faça a diferença. Nem que ela seja somente naquele momento, para alguém especial. Garanto, que é uma experiência recompensadora.

3 comentários:

Anna Magalhães (: disse...

Eu tenho uma teoria de que a partir do momento em que nos percebemos nessa situação, e temos vontade de mudá-la, já é uma mudança gigante, afinal a evolução começa na vontade de evoluir.

Belchi Machado disse...

É verdade, começa na vontade de evoluir. Mas, termina no agir. É querer evoluir e fazer acontecer essa evolução! =)

Obrigado pela visita, Anna Magalhães. Seja-bem vinda ao blog, volte sempre por aqui! :)

Nanda Paes disse...

Isso mesmo, deixe de morosidade, a única coisa que cai do céu é chuva, então mova-se, mova o mundo, mova a vida, com as suas ideias materializadas em atitudes! Parabéns pelo texto, meu amigo!

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