Em um daqueles momentos em
que realmente não se há nada a fazer, você passa a verificar sua página da sua
rede social. Você reclama que ela só atrapalha, que ela torna as pessoas robôs
incapazes de pensar por si mesmos, apenas repassando frases de outras pessoas
como se fossem suas, e ganhando crédito por isso (um "curtir" eleva e
muito sua auto-estima, ou não?), mas você não se engana. Você a utiliza também,
e muito. A utiliza tanto que nem percebe que suas próprias críticas a ela se
tornaram mecânicas, padronizadas, incapazes de se firmar.
Algo muito peculiar se percebe, quando você fica mais de uma hora
na mesma posição, apenas apertando a seta para descer a página, para ver um
número incrível de postagens sobre os mais variados aspectos. Você percebe que
não mudou em nada. Não evoluiu em nada. Não contribuiu para si mesmo e nem para
os outros. Daí você começa a pensar melhor e ver que não foi só hoje que isso
ocorreu. Pelo menos em mais três dias da semana você ficou sentado de frente
pra tela, não contribuindo, não evoluindo. Aí você começa a ficar mais ciente
de tudo ao seu redor. É a chamada "epifania". Você percebe as coisas.
Você percebe que todos os melhores pensamentos que seus "amigos"
virtuais postam não são deles mesmo, mas de autores ou cantores famosos. Você
percebe que nada do que VOCÊ mesmo postou é seu de verdade, e sim de outros
pensadores. Você percebe que o máximo de contribuição que você conseguiu, para
a sociedade, foi iniciar um discussão acerca do episódio da novela. Você se
decepciona com você mesmo. E sim, em tudo que escrevi até agora, por
"você" eu quis dizer "eu". Eu estou decepcionado comigo
mesmo.
Não existe nenhum problema em postar letras de músicas, frases de
autores, ou comentários sobre a novela. Isso é benéfico, as pessoas ainda assim
se comunicam. O problema vem com o repetir dessa atividade, quando se utiliza
muito dos outros, e nada verdadeiramente seu. A sensação é quase como se a sua
mente atrofiasse.
Com tanta informação que recebemos, talvez o melhor a
fazer, fosse utilizá-la como ferramenta para criar algo nosso, e que seja
algo que contribua de alguma forma com o todo. Não precisa revolucionar a
filosofia. Apenas crie algo que inspire uma outra pessoa a sorrir, ou a
parar de chorar ou a ver a vida de maneira diferente. Que inspire um amigo a se
sentir melhor, ou mesmo para tirar uma com a cara dele (ele é seu amigo, afinal
de contas, e amigos servem para isso também). Que faça a pessoa que você ama
dar altas gargalhadas, ou apenas te achar inteligente. Que faça seu pai e sua
mãe terem orgulho de você. Crie algo positivo, que faça alguma diferença a
outra pessoa.
Estranho mesmo é esse post-quase-um-desabafo se tornar quase que
de uma hora para a outra um pedido. É estranho de verdade, compreendo. Mas
peço também que você, que está lendo, compreenda. Exercite sua mente.
Experimente tentar.
Em meio a tanta informação, tantos posts, tantos textos, é normal
que tudo isso que escrevi se perca no todo, junto com vários outros que também
escrevem, e escrevem muito melhor que eu. Mas esse texto é direcionado a você.
A você que leu isso tudo e se identificou o mínimo que seja. Você que não
sentiu indiferença ao ler isso. Não custa tentar. Tente deixar de lado as
indiretas. Tente não postar mais cada mínima coisa que você faz no dia. Tente
comentar um pouco menos a novela. Tente se diferenciar, e criar algo único. É
de graça, e a única coisa em você que terá de fazer esforço é a sua mente. Nada
mais saudável que isso, então.
Faça a diferença. Nem que ela seja somente naquele momento, para
alguém especial. Garanto, que é uma experiência recompensadora.
3 comentários:
Eu tenho uma teoria de que a partir do momento em que nos percebemos nessa situação, e temos vontade de mudá-la, já é uma mudança gigante, afinal a evolução começa na vontade de evoluir.
É verdade, começa na vontade de evoluir. Mas, termina no agir. É querer evoluir e fazer acontecer essa evolução! =)
Obrigado pela visita, Anna Magalhães. Seja-bem vinda ao blog, volte sempre por aqui! :)
Isso mesmo, deixe de morosidade, a única coisa que cai do céu é chuva, então mova-se, mova o mundo, mova a vida, com as suas ideias materializadas em atitudes! Parabéns pelo texto, meu amigo!
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